Escrito por: Carine dos Reis Teixeira, 2021.
Olá, cientista!
Nenhuma vacina foi tão esperada e comentada quanto a da COVID 19. Desenvolvida em menos de 2 anos, é a mais rápida da história, uma vez que o desenvolvimento para uma vacina é de, em média, 10 anos.
O vírus que causa a doença Covid-19 é o Sars Cov-2, um coronavírus. Quando infectado, o nosso organismo responde de duas maneiras: com anticorpos e com resposta celular. Os anticorpos são glicoproteínas do sistema imune que impedem o vírus de se ligarem ao receptor celular e entrarem em contato com as células saudáveis. Já a resposta celular é mediada por leucócitos e células que liberam citocinas, gerando reações em cadeia.
A resposta imune contra vírus também envolve uma resposta adquirida e inata. Essa ultima é a primeira reação do organismo a um patógeno, no qual predomina o papel de células fagocitárias chamadas de macrófagos, responsáveis por eliminar células que foram infectadas, mas ainda não liberaram o vírus. Se essa reação inicial não é satisfatória, ocorre a atuação do sistema imunitário adaptativo ou adquirido, em que participam os linfócitos B, que são as células responsáveis pela produção de anticorpos.
A corrida pela vacina foi árdua e uma dúvida que não era muito comum, agora causa medo em uma parcela da população: do que são compostas? As vacinas virais são compostas por vírus atenuados, inativados ou por partes do vírus (antígenos, DNA, RNA, etc.), mas que não irão causar nenhuma doença (nem fazer você virar jacaré). Existem diversas vacinas e elas utilizam métodos que chegam ao mesmo resultado, confira:
1. A Coronavac, a vacina do Instituto Butantã aprovada pela Anvisa para uso emergencial, contém a versão inativada do vírus: o vírus é morto por calor ou produtos químicos e não consegue causar a doença. Ainda assim, o organismo é capaz de reconhecer o patógeno e produzir anticorpos.
2. A vacina de Oxford, Astrazeneca e da Fiocruz utilizam o adenovírus manipulado em laboratório, que possui um fragmento do material genético do vírus causador da doença, fazendo com que o corpo responda da mesma forma à vacina.
3. Já o método da Pfizer consiste em isolar o material genético do vírus em uma gota lipídica (lipossomas), que ao ser injetado no organismo irá promover a resposta celular e a produção de anticorpos.
Em meio a uma época de muita informação e desinformação surgem várias dúvidas sobre a imunização, por isso, A Eleva separou algumas questões importantes sobre o assunto, no qual serão respondidas. Confira:
1. PESSOAS COM PROBLEMAS CRÔNICOS DE SAÚDE PODEM SER VACINADAS?
A vacina é segura para quem tem problemas crônicos de saúde, é inclusive mais recomendada uma vez que esse grupo pode desenvolver quadros mais graves em decorrência da COVID 19.
2. A VACINA APRESENTA EFEITOS COLATERAIS?
Efeitos colaterais em vacinas são esperados, entretanto, são adversos e pequenos, alguns efeitos incluem dor no local da aplicação e febre leve. Ao contrário do que está sendo propagado, a vacina não causa perda de memória ou alterações no DNA.
3. CRIANÇAS PODEM/DEVEM SER VACINADAS?
Crianças não foram incluídas nos estudos da vacinação, as vacinas disponíveis hoje são licenciadas para quem tem mais de 18 anos.
4. GRÁVIDAS OU LACTANTES PODE/DEVEM SER VACINADAS?
Esse é outro grupo que não foi testado, entretanto, as vacinas que usam o vírus inativado (morto por calor ou produtos químicos), costumam ser seguras para gestantes.
LEMBRE-SE:
Mesmo que você já tenha sido contaminado é importante se vacinar, respeitando a ordem de prioridade da imunização. Se você não faz parte do grupo que está sendo destinado à imunização, respeite, espere a sua vez e continue com os cuidados de prevenção.
Quando chegar a sua vez, vacine :). E atenção: a vacina não é um passaporte para a liberdade: você ainda pode ser contaminado e mesmo que não vá desenvolver sintomas ou apenas sintomas leves, ainda pode transmitir a doença.
BÔNUS:
5. VOCÊ SABIA QUE A BIOTECNOLOGIA É A ÁREA RESPONSAVEL PELA DESCOBERTA E DESENVOLVIMENTO DE VACINAS?
Embora muitas pessoas atribuam o crédito à medicina é a biotecnologia a área responsável pela capacidade de manipular seres vivos ou parte deles, tornando possível a obtenção de produtos e processos, como vacinas.
Vacinas como a da febre-amarela, varíola, sarampo, tétano entre muitas outras, ajudaram a erradicar doenças e a melhorar a saúde pública no Brasil. Para isso, é muito importante o apoio e investimento do governo na ciência.
Agora que você já sabe sobre A vacina para a COVID-19, compartilhe esse post e siga a Eleva nas redes sociais para ficar sempre sabendo das novidades sobre biotecnologia, empreendedorismo e cerveja artesanal!
Referências:
Tipos de Vacinas em estudo contra COVID-19. SanarMed. Disponivel em: https://www.sanarmed.com/tipos-de-vacinas-em-estudo-contra-covid-19-resumo. Acesso em 28 de janeiro de 2021.
Vacina feita a partir do vírus inativado: o caminho do Butantan contra a covid-19. Disponivel em: https://coronavirus.butantan.gov.br/ultimas-noticias/vacina-feita-a-partir-do-virus-inativado-o-caminho-do-butantan-contra-a-covid-19. Acesso em 28 de janeiro de 2021.
Uso emergencial: confira votos, relatório e apresentações da reunião. Disponivel em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2021/confira-materiais-da-reuniao-extraordinaria-da-dicol. Acesso em 28 de janeiro de 2021.
Gonzalez, S. 5 vacinas desenvolvidas pela biotecnologia que melhoram a saúde pública no Brasil. Agência CNI de Notícias. Disponivel em: http://www.portaldaindustria.com.br/agenciacni/. Acesso em 28 de janeiro de 2021.
Nishioka, A. Imunidade celular e proteção contra a COVID-19. Disponivel em: https://www.unasus.gov.br/especial/covid19/markdown/251. Acesso em 29 de janeiro de 2021.
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